RADIOLOGIA
Na área da mamografia
por exemplo, muitos deles desconhecem que a composição do tecido mamário pode
ajudar na solicitação do primeiro exame a ser pedido.
De maneira geral a
quantidade de tecido mamário pode ajudar na sensibilidade do método a ser usado
( U.S. ou Mamografia ). Na mama quase toda radiotransparente, isto é,
“gordurosa’’, pacientes após 40-45 anos, permite excelente contrate com as
imagens de câncer de mama que são radiodensos (radiopacos) permitindo assim que
até mesmo pequenos tumores sejam diagnosticados na Mamografia e não serem
detectados nos estudos U.S.
O exame físico com
estudo complementar com U.S. nas pacientes com mamas densas (tecido fibro-
glandular abundante), isto é, pacientes jovens e algumas de meia idade, se faz
necessário já que a sensibilidade mamográfica esta reduzida nestes casos,
dificultando ou até mesmo ocultando a visibilização do câncer de mama.
Mesmo assim estudos
realizados comprovaram que a radiografia é o único método eficaz na detecção
precoce de lesões malignas impalpáveis que estão clinicamente ocultas.
O Colégio Brasileiro
de Radiologia uniformizou os laudos mamográfico através da categoria ( BI- RADS
th) = Breast Imaging Reporting and Data System para que os radiologistas tenham
uma conclusão final sobre o estudo radiológico das mamas, para que o clínico-
cirurgião- radiologista estejam integrados num mesmo contexto.
A descrição dos
achados mamográfico:
Os nódulos,
calcificações e as áreas densas assimétricas são os achados mais freqüentes que
são relatados nas mamografias, bem como a morfologia e a localização destas
alterações.
A impressão final do radiologista está
implícita em cinco categorias do Sistema BI- RADS, assim como a conduta
estabelecida pela própria categoria.
Categoria I-
Mamografias Normal
-Achados mamográfico negativos para
suspeita de câncer de mama. As mamas são simétricas, não há nódulos,
calcificações ou distorção arquitetural suspeitas. A possibilidade de câncer de
mama é de praticamente 0%.
Categoria II-
Achados mamográfico benignos
-Os achados são
negativos para suspeita de câncer de mama mas devem ser mencionados como por
exemplo: galactoceles, lipomas, cistos oleosos, nódulo isolado bem definido de
contornos regulares e cístico na correlação com a U.S., nódulo isolado com
calcificações em pipoca ( fibro adenoma em involução), calcificações tipicamente
benignas como as secretórias tipo “leite de cálcio”, e alterações pós-
operatórias como próteses mamárias estão incluídas nesta categoria. A
possibilidade de câncer de mama é bem próxima de 0%.
OBS.: Para as categorias I e II
recomenda-se seguimentos mamográficos anual de rotina nas pacientes acima de 45
anos.
Categoria III-
Achados mamográficos provavelmente benignos
-Exemplos: nódulo
impalpável, isolado, não- calcificado, contornos regulares, arredondado ou
ovalado, não visibilizado ao U.S. pela sua pequena dimensão ( menor que 0,5 cm )
na mama adiposa ou nódulo rígido, homogêneo com contornos bem definidos na U.S.
( fibroadenoma); grupamento de microcalcificações intermediárias como as
arredondadas ou ovais, bem definidas em um ou mais focos, área densa assimétrica
focal, visibilizada em duas incidências, com margens côncavas. As vezes é
necessário a realização de incidências mamográficas complementares com
compressão ou magnificação em planos ortogonais ( crânio- caudal e perfil).
Recomenda-se
seguimento mamográfico no intervalo de 6 meses até completar 02 anos e/ ou
correlacionar com estudo U.S.. A possibilidade de câncer de mama é de
aproximadamente 2%.
Categoria IV-
Achados mamográficos suspeitos.
-Não são
alterações tipicamente benignas ou provavelmente benignas com muita segurança,
existindo uma probabilidade muito vaga ( entre 3 a 90%) de serem malignas. Como
exemplos citamos: nódulo lobulado com contornos mal definidos, nódulos com
margens micronodulares, nódulo que se apresentou após o uso de TRH,
microcalcificações pleomórficas (amorfas ) inexistentes anteriormente,
visibilidades com lente de aumento.
Categoria V-
Achados mamográficos altamente suspeitos.
-A probabilidade
de malignidade é muito alta superando os 90%.
Exemplos: nódulos
palpáveis e duros com ou sem comprometimento de pele, áreas de
microcalcificações pleomórficas do tipo comedocianas, nódulos espiculados, tanto
os não palpáveis quanto os palpáveis, microcalcificações lineares irregulares,
ramificadas ou vermiformes, área densa assimétrica focal palpável e distorção da
arquitetura do parênquima sem nódulo e sem história prévia de biópsia ou
cirurgia no local.
OBS.: Nas categorias
IV e V recomenda-se prosseguir a investigação, cito ou histo-patológica ( PAAF;
Estereotaxia, Mamótomia ou Core- biopsy).
Ainda alguns médicos
radiologistas adotam a categoria 0 que consiste da necessidade de uma avaliação
adicional por outros métodos de imagem, já que a conclusão final está
prejudicada através do estudo mamográfico.
São necessários
comparação com exames anteriores que eventualmente a paciente não trouxe para
estudo comparativo ou incidências adicionais mamográficas como: ( compressão
seletiva, rolamentos, magnificação, perfil e exageradas laterais) ou U.S.
complementar ou ainda ressonância magnética.
Lembramos então que
nas pacientes com mama densa até aproximadamente 35 –40 anos o método de imagem
indicado seria a U.S. mamária e após quando o tecido mamário já apresenta uma
certa transformação adiposa aproximadamente acima dos 40 anos o método de
escolha é a mamografia, cabendo as vezes a correlação entre ambos os métodos.
Em alguns países se
preconiza que se faça uma mamografia acima dos 35 anos, não apresentando
qualquer alteração, se realize o seguimento após os 40 anos a cada 02 anos e
depois dos 45 anos anualmente.
Lembramos que
aproximadamente 30% das mulheres que usam rotineiramente estrógenos ( TRH )
mostram alterações nas mamografias seriadas incluindo formação de cistos,
aumento de densidades, opacidades do tipo nodular e até mesmo crescimento dos
fibroadenomas pré- estabelecidos. Portanto a necessidade do estudo comparativo
com as mamografias anteriores, todas as paciente devem levar os exames
anteriores para o radiologista no momento de realizar um exame mamográfico ou de
U.S..
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